data-filename="retriever" style="width: 100%;">O significado desse título: União das Repúblicas Socialistas da América Latina tem sido tratado de forma jocosa pela maioria dos políticos ligados ao PT e tem sido menosprezado pelos que se opõem a ele. Qual a importância dessa discussão? O Foro de São Paulo foi criado em 1990 com a presença de Fidel Castro, Hugo Chaves, Luís Ignácio Lula da Silva, José Dirceu e uma centena de líderes de extrema esquerda do Brasil e de grande número de países da América Latina. Nele, foi discutido e acordado uma série de medidas a serem implementadas pelas esquerdas para conquistar o poder nessas repúblicas. Durante anos, a imprensa e os demais partidos políticos deram pouca ou nenhuma importância para esse evento, que se repete, periodicamente. Em 1999, Hugo Chaves chegou ao poder na Venezuela. Em 2003, Lula assume o poder no Brasil. Sucessivamente, foram chegando ao poder no Uruguay, Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Honduras. Durante os primeiros anos do século 21, as esquerdas predominaram na América Latina.
As ideias de associação entre essas repúblicas foram exercidas, principalmente pelo Brasil, que doou uma refinaria da Petrobrás à Bolívia, construiu um metrô em Caracas, pontes e usinas hidroelétricas em vários países, porto de Mariel em Cuba, aeroportos na África, colocando-o na liderança protetiva dessas repúblicas. Tudo isso em detrimento dos interesses nacionais, deteriorando nossa infraestrutura e esgotando os recursos necessários ao nosso desenvolvimento.
Assumindo a filosofia de Antônio Gramsci, no Brasil e demais países do Foro de São Paulo, foram adotados modelos marxistas de permanência no poder. Ao longo dos anos, toda a máquina pública foi sendo "aparelhada" pelos companheiros, incluído aí o poder Legislativo e, principalmente o poder Judiciário. Um esquema de acumulação de recursos foi institucionalizado a fim de dar poder econômico-financeiro que sustentasse futuros embates eleitorais e subornasse os mais resilientes. Com essas medidas foram subtraídos bilhões de reais da nossa economia. Silenciou-se a imprensa. Subverteu-se o ensino, a moral, a religião e a família. Manipulou-se o eleitorado de maneira que o culto à personalidade passou a vigorar com grande sucesso, criando-se a figura do "pai da pátria".
Com os processos da Lava Jato, a corrupção econômica foi posta à luz e suas entranhas mais profundas foram denunciadas, levando à prisão empresários e políticos comprometidos. Apesar de não ter prosseguido no processo de condenações necessárias ao saneamento do esquema, o conhecimento do público levou à derrota eleitoral de 2018 que, em parte, afastou do poder esses comandantes. A máquina pública continua aparelhada. Será necessário uma ou duas gerações para sanearmos completamente esse processo.
Durante todos esses anos, a Ursal foi esquecida pela imprensa, mas, com a retomada do poder em vários países, essa ideia volta a circular com veracidade (ver e ler José Dirceu). Se o Brasil voltar a ter o PT no governo (ler o estatuto e programa) será retomada a liderança desse projeto. A URSS durou 70 anos e sua implantação custou milhões de vidas em diversos países daquela comunidade europeia. "Deu com os burros n'água" mas tem impregnado o universo da juventude que acredita ser possível recriar na América Latina aquela utopia leninista que só existiu pela ditadura sanguinária de um Stalin. Neste ano, iremos assistir ao debate entre as facções políticas: uma negando e tentando esconder esse projeto e outra tentando permanecer na luta para recuperar o Brasil para os brasileiros. Não poderemos subestimar essa causa. 53% do eleitorado chileno não compareceu às urnas nessa última eleição e será o responsável pelo destino daquele país irmão.